Se a Música Popular Brasileira fosse uma cidade, Moraes Moreira seria aquele caminhante que passa por todos os bairros, cruza todas as ruas, vira em todas as esquinas... e por onde anda ele se sente em casa. Não importa se é num afoxé carnavalesco ou num arrasta-pé junino, numa batucada de samba ou numa balada urbana, sua música é como um líquido que toma a forma de todos esses vasos, sem perder o sabor.Ser Tão não chega a ser uma novidade na obra desse compositor tão litorâneo e ensolarado, tão urbano e beira-mar. O sertão que ele busca é como um lençol aquífero acessível a quem se dispõe a ir um pouco mais fundo. Há um subterrâneo de sertão por baixo de toda a cidade-Brasil. Há uma memória de sertão juntando histórias, lendas, melodias, ritmos e personagens.Musicalmente, Moraes sempre foi um aproximador de águas, um acolhedor de belezas. A lição tropicalista foi rapidamente assimilada por sua geração para quem o rock e o samba eram bairros vizinhos que tinham a aprender um com o outr